CLÁUDIO MANOEL da COSTA
Cláudio Manoel da Costa,inconfidente mineiro
que seguia a linha neoclássica e estava comprometido com o pensamento liberal do século XVII,foi um poeta de transição entre o barroco e o romantismo.
como todos os poetas árcades,procurava integrar a literatura,a sociedade e a natureza em uma temática pastoril.Cultivou a poesia épica e a lírica.Seus sonetos constituem um exemplo de elementos da paisagem como forma de expressão, retratando um orgulho nativista qua prenuncia o nacionalismo da literatura romântica.
Como arcadista ou neoclassicista foi admirador de Camões e alguns sonetos seguem a sua forma.
Do barroco herdou algumas formas rebuscadas,com jogos de palavras e figuras de linguagem.
Nos árcades gregos buscou a simplicidade, os versos decassilábicos e o gosto pelas descrições bucólicas e pastoris,e alguns versos anacreônticos.
Também dos gregos herdou o estilo épico de Vila Rica, mas sua obra lírica contituída de sonetos e éclogas foi seu maior legado.
A produção poética de Cláudio Manoel da Costa foi o marco inicial do Arcadismo no Brasil e de uma literatura propriamente nacional.
SONETO (6)( C.M.C.)
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci:oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor,que vence os tigres,por empresa
Tomou logo render-me;ele declara
Contra meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
|